ESCOLA TERRA MATER

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ens.Fund. I - MONTEIRO LOBATO

5º ano – 10 anos
                                                                           
            Um dos aspectos mais marcantes para o aluno da Escola Terra Mater, desde que entra no Maternal aos dois anos de idade, é o contato constante com os livros. Pegar os livros, sentir o cheiro, a textura, ler as imagens, ouvir os textos mágicos lidos pelo professor, escolher um livro, levá-lo semanalmente para casa através da “biblioteca viajante” e dar a sua opinião, faz parte da rotina de nossas crianças que, com o passar do tempo, vão ampliando a quantidade e a capacidade de envolvimento com os mais diferentes gêneros.
            Além destes livros que têm por objetivo desenvolver o prazer pela leitura, a partir do fundamental 1, os alunos passam a ler alguns livros para analisar as suas características e conhecer seus autores.
            Os alunos do 5º ano estão realizando um estudo a respeito de dois livros de Monteiro Lobato: O Picapau Amarelo e Memórias de Emília.
            Emergir no mundo de Lobato, entrar no Sítio do Picapau Amarelo e viver as fantásticas aventuras com Emília, Narizinho, Pedrinho e toda a turma do sítio se torna uma experiência maravilhosa para a criança, pois além de viver a fantasia, pode também entender o contexto da  realidade de cada história contada.

Memórias de Emília

            O livro Memórias de Emília é uma obra de alta qualidade literária, do ponto de vista da originalidade, criatividade, imaginação e dos recursos linguísticos utilizados por Lobato. É uma história muito divertida. A principal personagem é Emília, a boneca de pano irreverente, que diz o que pensa e não teme críticas. É a única do sítio a ter suas memórias. Para escrevê-las, chama Visconde para ser seu secretário.


No momento, o foco do trabalho com os alunos está voltado para a narração, pois Monteiro Lobato inova, ao apresentar três narradores diferentes: Emília, Visconde de Sabugosa e um narrador central.

            Outro aspecto que está sendo discutido são os procedimentos da escrita: o que são e como se escreve memórias.


A estrela com asas

   Certo dia, eu, Emília, Dona Marquesa de Rabicó, fui viajar para uma emocionante aventura com os meus amigos: Pedrinho, um menino aventureiro, Narizinho, uma menina sonhadora, o Burro Falante, um grande conselheiro, e o Visconde de Sabugosa, um grande “tagafósofo” (tagarela filósofo).
Foi uma emocionante aventura pelas galáxias. Lá em cima, anos-luz de distância da Terra, nós inventamos, quer dizer, EU! Inventei tantas brincadeiras que nós nos divertimos de montão.
O melhor de tudo é que no final da aventura, quando já estávamos indo embora, eu, a grande proeza do MUNDO..., vi de longe uma coisa pequena e brilhante, tão brilhante que até parecia uma estrela, mas, quando cheguei mais perto, vi que era um anjinho. Minha reação foi de puro encanto. Então, resolvi pegar aquela graciosa criatura das nuvens no colo, pois parecia estar desmaiado.
Ele era menino, loirinho e tinha cabelos enrolados e curtos como o rabo de Rabicó, tinha graciosas asas mais brancas e macias do que pena de cisne, logo vi que uma das asas estava quebrada, pois estava mais caída do que a outra por isso o levei para a Terra, porque vi que ele não estava muito bem, além disso, Dona Benta já tinha chamado: “Desçam já daí, cambada!!!”.
Quando chegamos lá embaixo, Tia Nastácia foi avisar – nos do lanche, mas, quando chegou mais perto, logo perguntou:
--- O que é isso em suas mãos, Emília?
E logo Pedrinho interrompeu:
--- Não, Tia Nastácia, não é “o que” é “quem”.
Eu dei uma risada disfarçada e respondi que era um anjinho, mesmo assim ela achou que era peta, mas, quando o viu de perto:
--- AAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!!!!!!!
O grito foi tanto que até as galinhas se assustaram e quase botaram uns 10 ovos. Os pássaros voaram e os cavalos começaram a “relincoiçar” (relinchar e dar coices).
Quando tia Nástacia se acalmou, levamos o anjinho para dentro de casa, e até ela se encantou e ajudou a cuidar dele. De repente, ele começou a abrir os olhos, vimos que os seus olhos eram mais azuis do que o céu da primavera.
No começo, ficou meio confuso, depois que melhorou um pouco, nos contou o que tinha acontecido com ele. Peguei-o no colo, todo mundo dizia que eu não deixava ninguém pegar nele. Isso era verdade, pois eu é que tinha pegado aquela figura adorável: ele era como um prêmio para mim.

                                                                                                        Giulia Zampieri
                                                                                                        Juliana Nagami





O Picapau Amarelo

            O livro Picapau Amarelo narra a história da vinda de personagens do Mundo da Fábula para o Sítio do Picapau Amarelo. Para acomodar os novos habitantes, Dona Benta compra duas fazendas vizinhas de modo que a primeira nova construção feita no Sítio é uma cerca, dividindo as terras do Picapau Amarelo das novas terras adquiridas, chamadas de Terras Novas.
            Mesclando realidade e fantasia, Lobato tematiza diferentes questões políticas e sociais. Nesta obra, em especial, discute as posses das terras que ficavam nas mãos das poucas pessoas que tinham o poder de compra.